Quando entrou em casa (após voltar do trabalho), encontrou seu cachorro de estimação, Lorde, agonizando na cozinha. Ele se contorcia, revirava os olhos e, com o rabo entre as pernas, gania. Lucília e Dália acompanhavam o sofrimento à distância. Chico se ajoelhou e, sacudido por soluços, descreveu uma cena invisível: um outro cão, vindo do além, lambia o companheiro para atenuar seu sofrimento nos últimos momentos.
Um ano depois, o
rapaz comentou em conversa com amigos, diante das irmãs:
- Eu tinha um
cão maravilhoso. Mas, como ele fazia xixi pela casa inteira, Dália e Lucília
acharam melhor envenená-lo.
As duas coraram.
Chico fingiu ter se conformado. Na verdade, ficou chocado com o assassinato do
cachorro. Era fascinado por animais. Encarava os bichos como irmãos caçulas do
homem e cuidava deles com obstinação. Até mesmo quando assumia o papel de
pescador. Numa tarde, vencido pela insistência dos amigos, aceitou um convite
para pescar. Pôs o chapéu na cabeça e, ao lado dos companheiros, tomou o rumo
do ribeirão. Sorridente, acomodou-se em um barranco e lançou a linha na água.
Seus vizinhos fisgavam um peixe depois do outro. Nenhum lambari se aproximava
de Chico. Um dos amigos estranhou tanta falta de sorte. Chico acabou
confessando: não tinha colocado isca no anzol para “não incomodar os
bichinhos”.
(SOUTO MAIOR,
Marcel. As vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil,
2003. p. 128)
Chico Xavier como sempre a anos luz de nós.
ResponderExcluirChico é incomparável!
ResponderExcluirEle pensa como um verdadeiro amigo deve pensar !!!
ResponderExcluirSempre ele.
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