Nosso
instinto evoluiu para uma consciência física e espiritual. Passamos a nos
entender como seres independentes e ao mesmo tempo parte de um todo.
Hoje,
podemos dizer que nos reconhecemos como espíritos imortais, como seres que
evoluem e se modificam. Mas será que foi sempre assim?
As
respostas para essas questões podem ser encontradas no consolador prometido.
Na
medida em que evoluímos espiritualmente e moralmente somos despertados para
interesses de questões que ainda pairam obscuras ao nosso entendimento, como a
questão da espiritualidade dos animais. O que podemos dizer dos animais quanto
a sua origem e espiritualidade? Eles evoluem? Qual é o papel dos animais em
relação ao homem? E qual é o papel do homem em relação aos animais?
Na
questão 597 do L.E., o espírito de Verdade afirma que os animais, assim como os
humanos, têm espírito imortal, reencarnam e evoluem.
Existem
algumas diferenças entre o espírito dos humanos e dos animais. Enquanto o
espírito dos homens já está dotado de livre-arbítrio, guardando sua
individualidade e possuindo consciência de si mesmo, o espírito dos animais age
ainda por instinto, tem uma inteligência limitada, reserva sua individualidade,
não possui livre-arbítrio e não possui consciência de si mesmo. O espírito de
Verdade utiliza para exemplificar essa diferença a seguinte frase:
“Há entre a alma dos animais e a do homem tanta distância
como entre a alma do homem e Deus”¹.
Dentro
dessa afirmativa, podemos compreender que o espírito dos animais também está,
assim como os homens, em evolução. Os animais possuem uma inteligência
primitiva que lhes permitem satisfazer suas necessidades e desenvolver sua autopreservação
e preservação da espécie. Eles caminham para a evolução através das
experiências em um corpo material vivendo dentro de suas possibilidades inteligentes,
se relacionando com a natureza e com outros animais. Experimentam a evolução
pela força das coisas e, como não possuem livre arbítrio, por consequência não há
expiação².
As
vivências em corpos materiais servem aos espíritos como uma escola a fim de
experimentarem mais do que instintos primitivos, partindo para o contato com humanos
onde podem experimentar outras sensações, tais como: servidão, carinho, amor,
empatia, cuidado, brutalidade, maus-tratos, exploração, crueldade, entre
outros.
A
ação do homem sobre os animais pode elevá-los em sua escala evolutiva, quando
há relação de respeito e amor, como pode também prejudicá-los, com o despertar
de instintos brutais.
Todas
as experiências vivenciadas pelos animais, assim como pelos humanos, são
aproveitadas na escalada evolutiva. Pelas semelhanças, podemos afirmar que os
animais são também nossos irmãos. São seres em pleno desenvolvimento espiritual
em direção ao livre-arbítrio, assim como fomos um dia. Eles galgam também os
caminhos que lhes são propostos, buscando sua própria angelitude, que para eles
é a nossa humanidade.
Através
dos tempos os animais vêm se relacionando com os homens em um patamar de
servidão.
Auxiliando
ao homem como máquinas no trabalho, servindo de alimento e até mesmo para experiências
científicas. Os animais domésticos servem ao homem desde o início das civilizações
e destacam importante lugar no desenvolvimento da humanidade. O uso de sua
força, sua carne e seus derivados, trouxe aos seres humanos a oportunidade de
sobrevivência e evolução. A domesticação de animais evoluiu ao que conhecemos
hoje, saindo da relação de brutalidade e trabalho até as relações familiares,
onde muitos animais são considerados como parte da família. Infelizmente, esta
ainda não é a visão de todos os humanos em relação aos animais, existindo ainda
muitos homens que se reservam em sua ignorância e pensar em nossos irmãos como simples
alimento ou objeto.
Hoje,
há muitas pesquisas no campo científico comprovando que o homem já não tem a
necessidade de consumir a carne animal e nem de realizar experiências científicas
com eles. A ciência e estudos relacionados à nutrição nos propõem outras formas
de alimentação e também outras formas de exploração do trabalho animal sem a
prática da crueldade. Os nossos irmãos animais estão presentes na caminhada
evolutiva para despertar em nós mais compaixão, empatia, amor e, ainda são instrumentos
divinos que nos auxiliam a evoluir. Os animais veem os homens como deuses,
afirma o espírito Verdade³ .
Nesse
sentido, qual seria o nosso papel e a nossa conduta para com eles, senão a de amor?
Não conhecemos o nosso Deus de amor? Nosso Deus que enviou Seu filho para nos
exemplificar. Não é Nele que depositamos nossa fé? Não é para Ele que pedimos
misericórdia e rogamos o perdão pelas nossas imperfeições? Sendo assim, já
sabemos qual é o nosso papel. Temos o dever de guardar e cuidar, o dever de amar
e respeitar e o dever de auxiliar nossos irmãos animais em sua evolução. Temos
o dever de protegê-los, desde os selvagens aos domésticos, sem deles fazer
qualquer distinção, e tratá-los com carinho e respeito.
Não
é necessário tratar os animais como se fossem humanos, pois eles não podem
substituir as relações humanas. Cada um tem o seu papel no campo do
aprimoramento, e a compaixão e o amor são necessários independente do tipo de
relação.
Lembremo-nos
sempre dos ensinamentos do Cristo, de amar a Deus acima de todas as coisas e
amar ao próximo como a si mesmo, sabendo identificar nossos irmãos animais
também como nosso próximo, devendo dedicar a eles o mesmo amor.
(Por Paula Banhoz)
Ouça o artigo: https://www.youtube.com/watch?v=xhNTK3sb6Wo&t=49s
Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 2 -
Fevereiro 2017
Se a autora deste artigo é vegana, perfeito. Tudo o que está escrito na matéria, não apenas teoricamente, mas, na prática, é a essência da conduta vegana, racional e evoluída que reconhece nos animais de todas as espécies, não só um "princípio inteligente", mas uma inteligência, capaz de abdicar de seu instinto de sobrevivência, às vezes, arriscando a própria vida para salvar humanos e outros animais em perigo. Não se coaduna, principalmente da parte de religiosos, pregar amor e caridade consumindo despojos dos cadáveres de irmãos. Muito incoerente espíritas proferirem belas e enternecedoras palestras em prol do amor e da caridade, sem caridade para com eles. Impossível ansiar por um Mundo Regenerado, deixando os animais fora dele; isso não combina com Deus e Suas Santas Leis. No entanto há que se revisar, urgente, o cardápio de cristãos espíritas teimosos e obstinados, que não abdicam de chupar ossos e se locupletar com tripas, aumentando o colesterol e estufando a pança, já obesa, deles. Há que se lhes compreender a contradição, a ignorância e/ou a falta de informação, claro, porém sem lhes absolver a prática primitiva e bárbara de nossos ancestrais habitantes das cavernas que, por ignorância, se alimentavam de pedaços dos animais que caçavam. Em nome de qual Deus denominamos irmãos os animais com os quais nos alimentamos, ao contrário de lhes reconhecer os sentimentos de amizade, fidelidade e abnegação que possuem, superiores aos de alguns humanos, até. Animais são amigos, não comida. Espíritas, há muito tempo, já deveriam ter descoberto isso que alguns ateus já sabem, faz tempo, principalmente em tempos de Apocalipse em que tudo é “pra ontem”.
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