quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017



Nosso instinto evoluiu para uma consciência física e espiritual. Passamos a nos entender como seres independentes e ao mesmo tempo parte de um todo.
Hoje, podemos dizer que nos reconhecemos como espíritos imortais, como seres que evoluem e se modificam. Mas será que foi sempre assim?

As respostas para essas questões podem ser encontradas no consolador prometido.
Na medida em que evoluímos espiritualmente e moralmente somos despertados para interesses de questões que ainda pairam obscuras ao nosso entendimento, como a questão da espiritualidade dos animais. O que podemos dizer dos animais quanto a sua origem e espiritualidade? Eles evoluem? Qual é o papel dos animais em relação ao homem? E qual é o papel do homem em relação aos animais?

Na questão 597 do L.E., o espírito de Verdade afirma que os animais, assim como os humanos, têm espírito imortal, reencarnam e evoluem.
Existem algumas diferenças entre o espírito dos humanos e dos animais. Enquanto o espírito dos homens já está dotado de livre-arbítrio, guardando sua individualidade e possuindo consciência de si mesmo, o espírito dos animais age ainda por instinto, tem uma inteligência limitada, reserva sua individualidade, não possui livre-arbítrio e não possui consciência de si mesmo. O espírito de Verdade utiliza para exemplificar essa diferença a seguinte frase:

“Há entre a alma dos animais e a do homem tanta distância como entre a alma do homem e Deus”¹.

Dentro dessa afirmativa, podemos compreender que o espírito dos animais também está, assim como os homens, em evolução. Os animais possuem uma inteligência primitiva que lhes permitem satisfazer suas necessidades e desenvolver sua autopreservação e preservação da espécie. Eles caminham para a evolução através das experiências em um corpo material vivendo dentro de suas possibilidades inteligentes, se relacionando com a natureza e com outros animais. Experimentam a evolução pela força das coisas e, como não possuem livre arbítrio, por consequência não há expiação².

As vivências em corpos materiais servem aos espíritos como uma escola a fim de experimentarem mais do que instintos primitivos, partindo para o contato com humanos onde podem experimentar outras sensações, tais como: servidão, carinho, amor, empatia, cuidado, brutalidade, maus-tratos, exploração, crueldade, entre outros.
A ação do homem sobre os animais pode elevá-los em sua escala evolutiva, quando há relação de respeito e amor, como pode também prejudicá-los, com o despertar de instintos brutais.

Todas as experiências vivenciadas pelos animais, assim como pelos humanos, são aproveitadas na escalada evolutiva. Pelas semelhanças, podemos afirmar que os animais são também nossos irmãos. São seres em pleno desenvolvimento espiritual em direção ao livre-arbítrio, assim como fomos um dia. Eles galgam também os caminhos que lhes são propostos, buscando sua própria angelitude, que para eles é a nossa humanidade.
Através dos tempos os animais vêm se relacionando com os homens em um patamar de servidão.

Auxiliando ao homem como máquinas no trabalho, servindo de alimento e até mesmo para experiências científicas. Os animais domésticos servem ao homem desde o início das civilizações e destacam importante lugar no desenvolvimento da humanidade. O uso de sua força, sua carne e seus derivados, trouxe aos seres humanos a oportunidade de sobrevivência e evolução. A domesticação de animais evoluiu ao que conhecemos hoje, saindo da relação de brutalidade e trabalho até as relações familiares, onde muitos animais são considerados como parte da família. Infelizmente, esta ainda não é a visão de todos os humanos em relação aos animais, existindo ainda muitos homens que se reservam em sua ignorância e pensar em nossos irmãos como simples alimento ou objeto.

Hoje, há muitas pesquisas no campo científico comprovando que o homem já não tem a necessidade de consumir a carne animal e nem de realizar experiências científicas com eles. A ciência e estudos relacionados à nutrição nos propõem outras formas de alimentação e também outras formas de exploração do trabalho animal sem a prática da crueldade. Os nossos irmãos animais estão presentes na caminhada evolutiva para despertar em nós mais compaixão, empatia, amor e, ainda são instrumentos divinos que nos auxiliam a evoluir. Os animais veem os homens como deuses, afirma o espírito Verdade³ .

Nesse sentido, qual seria o nosso papel e a nossa conduta para com eles, senão a de amor? Não conhecemos o nosso Deus de amor? Nosso Deus que enviou Seu filho para nos exemplificar. Não é Nele que depositamos nossa fé? Não é para Ele que pedimos misericórdia e rogamos o perdão pelas nossas imperfeições? Sendo assim, já sabemos qual é o nosso papel. Temos o dever de guardar e cuidar, o dever de amar e respeitar e o dever de auxiliar nossos irmãos animais em sua evolução. Temos o dever de protegê-los, desde os selvagens aos domésticos, sem deles fazer qualquer distinção, e tratá-los com carinho e respeito.

Não é necessário tratar os animais como se fossem humanos, pois eles não podem substituir as relações humanas. Cada um tem o seu papel no campo do aprimoramento, e a compaixão e o amor são necessários independente do tipo de relação.

Lembremo-nos sempre dos ensinamentos do Cristo, de amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo, sabendo identificar nossos irmãos animais também como nosso próximo, devendo dedicar a eles o mesmo amor.

(Por Paula Banhoz)


Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 2 -  Fevereiro 2017

Um comentário:

  1. Se a autora deste artigo é vegana, perfeito. Tudo o que está escrito na matéria, não apenas teoricamente, mas, na prática, é a essência da conduta vegana, racional e evoluída que reconhece nos animais de todas as espécies, não só um "princípio inteligente", mas uma inteligência, capaz de abdicar de seu instinto de sobrevivência, às vezes, arriscando a própria vida para salvar humanos e outros animais em perigo. Não se coaduna, principalmente da parte de religiosos, pregar amor e caridade consumindo despojos dos cadáveres de irmãos. Muito incoerente espíritas proferirem belas e enternecedoras palestras em prol do amor e da caridade, sem caridade para com eles. Impossível ansiar por um Mundo Regenerado, deixando os animais fora dele; isso não combina com Deus e Suas Santas Leis. No entanto há que se revisar, urgente, o cardápio de cristãos espíritas teimosos e obstinados, que não abdicam de chupar ossos e se locupletar com tripas, aumentando o colesterol e estufando a pança, já obesa, deles. Há que se lhes compreender a contradição, a ignorância e/ou a falta de informação, claro, porém sem lhes absolver a prática primitiva e bárbara de nossos ancestrais habitantes das cavernas que, por ignorância, se alimentavam de pedaços dos animais que caçavam. Em nome de qual Deus denominamos irmãos os animais com os quais nos alimentamos, ao contrário de lhes reconhecer os sentimentos de amizade, fidelidade e abnegação que possuem, superiores aos de alguns humanos, até. Animais são amigos, não comida. Espíritas, há muito tempo, já deveriam ter descoberto isso que alguns ateus já sabem, faz tempo, principalmente em tempos de Apocalipse em que tudo é “pra ontem”.

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