(Por Gabriel Renaud Valejo )

Surgiram
alguns comentários e questionamentos a partir daquela cena:
“Que
estranho... tanto o tio quanto o sobrinho já estão desencarnados. Será que isso
acontece mesmo? Não precisamos estar encarnados para fazer prece? Alguém
desencarnado pode “ouvir” a prece de outro desencarnado? Se no plano espiritual
nós nos comunicamos pelo pensamento, para que fazer prece?”.
Quanta
dúvida esse grupo de jovens teve em apenas uma cena de teatro. Os
questionamentos deles podem ser os nossos. Vamos tentar entender melhor a prece
e sua relação com o plano espiritual?
A
prece é uma invocação, uma forma de comunicação, através do pensamento, com o
ser a quem nos dirigimos. Ela pode ter como objeto um pedido, um agradecimento
ou uma glorificação.
O
indivíduo que não consegue se expressar pela fala (palavra articulada), em
virtude de alguma limitação física, pode e deve fazer prece. Pois o veículo
para a prática dessa ligação com Deus está no pensamento, ou seja, é imaterial,
desvinculado do corpo de carne.
Tendo
essas informações devemos eliminar qualquer dúvida sobre a possibilidade de se
fazer prece quando estivermos desencarnados ou até mesmo parcialmente
desprendidos do corpo no momento do sono físico.
A
oração independe das palavras ou do local na qual é realizada. Não precisamos
estar no Grupo Espírita, em uma Colônia Espiritual ou no momento do “culto no
lar” para nos conectarmos com a “causa primária de todas as coisas” por meio da
prece.
Contudo,
a “boa prece” não é um ato mecânico ou um discurso de palavras bonitas. É na
verdade um exercício de amor, no qual o indivíduo se expressa muito mais pelo
sentimento do que pela razão.
Há
diversos relatos do ato de fazer a prece no plano espiritual nas obras de André
Luiz e nos Romances de Emmanuel. Vamos conferir alguns deles logo abaixo.
Antes
de reencarnar no planeta Terra, Nestório (uma das encarnações de Emmanuel),
roga amparo e força para as lutas que estavam por vir. Vamos acompanhar um
trecho dessa prece emocionada, que se encontra no livro “Cinquenta anos
depois”:
Apenas
Nestório se conservava em oração junto dos fluidos terrenos, notando-se-lhe os
olhos mareados de lágrimas, na comoção daquela hora cheia de apreensões e de
esperanças.
- Senhor – exclamava o antigo escravo,
evocando amargurosas lembranças -, novamente na Terra, escola abençoada de
nossas almas, contamos com a vossa misericordiosa complacência, a fim de
cumprirmos todos os nossos deveres, a caminho do arrependimento e da reparação.
Auxilia-nos na luta! Somente os séculos de trabalho e dor poderão anular os
séculos de egoísmo orgulho e ambição, que nos conduziram a iniquidade!...
Perdoai-nos, Jesus!(...).
(Capítulo
VII do Livro Cinquenta Anos Depois, Emmanuel, psicografia de Chico Xavier)
Vamos
deixar uma pergunta para reflexão: A prece torna melhor o ser humano?
O
que vocês acham? A resposta está na
pergunta 660 de O Livro dos Espíritos.
“Seja o que for que peçais na
prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes”. (Marcos,
11:24.).
Para
saber mais:
Capítulo
XXVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Perguntas
658 à 666 de “O Livro dos Espíritos”.
Capítulo
VII do livro “Cinquenta Anos Depois” de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.
Capítulo
24 do livro “Os mensageiros” de André Luiz, psicografia de Chico Xavier.
Capítulo
I do livro “Renúncia” de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.
Multo esclarecedor, ótimo.
ResponderExcluirBelo texto! Esclarecedor!
ResponderExcluirMuito bom. Obrigada Gabriel pela parceria e colaboração. Espero que essa parceria perdure por muito tempo.
ResponderExcluirObrigado Paula Coralina. Imagino que essa parceria será de longa data :)
ExcluirMuito bom.
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