domingo, 12 de fevereiro de 2017

PRECE NO PLANO ESPIRITUAL

(Por Gabriel Renaud Valejo ) 

Em um sábado à tarde um grupo de jovens estava assistindo um vídeo no YouTube de uma peça de teatro espírita, no horário do grupo de estudo da mocidade. Alguns deles ficaram curiosos com uma cena de um menino desencarnado fazendo uma prece direcionada ao seu tio, que também estava no plano espiritual.

Surgiram alguns comentários e questionamentos a partir daquela cena:

“Que estranho... tanto o tio quanto o sobrinho já estão desencarnados. Será que isso acontece mesmo? Não precisamos estar encarnados para fazer prece? Alguém desencarnado pode “ouvir” a prece de outro desencarnado? Se no plano espiritual nós nos comunicamos pelo pensamento, para que fazer prece?”.

Quanta dúvida esse grupo de jovens teve em apenas uma cena de teatro. Os questionamentos deles podem ser os nossos. Vamos tentar entender melhor a prece e sua relação com o plano espiritual?

A prece é uma invocação, uma forma de comunicação, através do pensamento, com o ser a quem nos dirigimos. Ela pode ter como objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.

O indivíduo que não consegue se expressar pela fala (palavra articulada), em virtude de alguma limitação física, pode e deve fazer prece. Pois o veículo para a prática dessa ligação com Deus está no pensamento, ou seja, é imaterial, desvinculado do corpo de carne.

Tendo essas informações devemos eliminar qualquer dúvida sobre a possibilidade de se fazer prece quando estivermos desencarnados ou até mesmo parcialmente desprendidos do corpo no momento do sono físico.

A oração independe das palavras ou do local na qual é realizada. Não precisamos estar no Grupo Espírita, em uma Colônia Espiritual ou no momento do “culto no lar” para nos conectarmos com a “causa primária de todas as coisas” por meio da prece.

Contudo, a “boa prece” não é um ato mecânico ou um discurso de palavras bonitas. É na verdade um exercício de amor, no qual o indivíduo se expressa muito mais pelo sentimento do que pela razão.

Há diversos relatos do ato de fazer a prece no plano espiritual nas obras de André Luiz e nos Romances de Emmanuel. Vamos conferir alguns deles logo abaixo.



Antes de reencarnar no planeta Terra, Nestório (uma das encarnações de Emmanuel), roga amparo e força para as lutas que estavam por vir. Vamos acompanhar um trecho dessa prece emocionada, que se encontra no livro “Cinquenta anos depois”:

Apenas Nestório se conservava em oração junto dos fluidos terrenos, notando-se-lhe os olhos mareados de lágrimas, na comoção daquela hora cheia de apreensões e de esperanças.
 - Senhor – exclamava o antigo escravo, evocando amargurosas lembranças -, novamente na Terra, escola abençoada de nossas almas, contamos com a vossa misericordiosa complacência, a fim de cumprirmos todos os nossos deveres, a caminho do arrependimento e da reparação. Auxilia-nos na luta! Somente os séculos de trabalho e dor poderão anular os séculos de egoísmo orgulho e ambição, que nos conduziram a iniquidade!... Perdoai-nos, Jesus!(...).

(Capítulo VII do Livro Cinquenta Anos Depois, Emmanuel, psicografia de Chico Xavier)

Vamos deixar uma pergunta para reflexão: A prece torna melhor o ser humano?

O que vocês acham?   A resposta está na pergunta 660 de O Livro dos Espíritos.

“Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes”. (Marcos, 11:24.).

Para saber mais:
Capítulo XXVII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Perguntas 658 à 666 de “O Livro dos Espíritos”.
Capítulo VII do livro “Cinquenta Anos Depois” de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.
Capítulo 24 do livro “Os mensageiros” de André Luiz, psicografia de Chico Xavier.
Capítulo I do livro “Renúncia” de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.

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