segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Congresso Espírita recebe mais de 2 mil pessoas

O 13° Congresso Estadual Espírita do Espírito Santo aconteceu nos dias 22,23 e 24 de setembro no Centro de Convenções de Vitória e reuniu mais de 2 mil pessoas. O coral da Federação Espírita do Estado – FEEES fez a abertura com lindas músicas, em seguida a presidente da federação, Dalva Silva Souza deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos. “O 13° congresso é um momento muito especial que reúne congressistas do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Sou grata pela presença de todos e agradeço aos colaboradores que trabalharam para que esse evento pudesse se realizar. Muita paz, que Jesus abençoe esse trabalho que se inicia”, disse Dalva.

Depois da prece inicial o presidente da Federação Espírita Brasileira, Jorge Godinho Barreto Nery, falou sobre o tema "A missão espiritual do Brasil".  Godinho retoma a história do Brasil contada pelos homens com os conhecimentos da doutrina para explicar como se deu o descobrimento do Brasil desde seu planejamento no plano espiritual. "O Brasil continua a acolher, a diversidade soma e nós devemos ter a consciência desse papel. Temos a base deixada pelo Espírito de Verdade". Disse Godinho.

"A missão do Brasil é de cristianizar, é a terra de todos. A terra da fraternidade. A terra de Jesus. A terra do Evangelho". Mensagem do Espírito Ismael, grupo Confúcio, 1873.

No dia 23, sábado, as atividades aconteceram simultaneamente, assim, os participantes puderam escolher as atividades. Um dos temas discutidos foi Mídia de massa e redes sociais, com Rodrigo Brasileiro e Michele Carasso que fizeram os participassem refletirem sobre como e por que usam as mídias sociais. "Comece a refletir o que você está consumindo nas redes sociais, o que você está recebendo e compartilhando", disse Rodrigo. E Michele Carasso exemplifica:"Se eu recebo algo ruim e repasso, eu já sintonizei com aquele sentimento". Na parte da tarde, André Luiz Peixinho, presidente da Federação Espírita da Bahia e Andrei Moreira, presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais e Coordenador médico e de divulgação da Fraternidade sem Fronteiras, trataram de forma descontraída sobre o tema "Bioética e valorização da vida". Na sala ao lado, participantes puderam refletir sobre "Diálogo interreligioso" com participação de representantes de vários segmentos religiosos. 

No encerramento, dia 24, domingo, os participantes foram agraciados com as palestras do Juiz de Direito e palestrante, Haroldo Dutra Dias e o psicólogo e palestrante Rossandro Klinjey. Haroldo abriu os trabalhos do dia e foi enfático sobre o tema "O primado do espírito e as transformações sociais. "Vivemos em um momento que o egoísmo enlouqueceu, em que o mal continua ousado, mas deixou de ser atrativo e se tornou pueril. O dogma materialista se esgotou. o espiritismo nos convida a ver as mesmas coisas, mas com outro olhar, relações familiares, religiosidade e até mesmo dinheiro", disse Haroldo.

O evento também contou com apresentações musicais, desfile de camisas personalizadas, venda de livros, apresentações de projeto como o Fraternidade sem fronteiras, entre outros.

O Congresso foi transmitido pela Feb TV e pela rádio Fraternidade

Para ver mais fotos do evento, acesse: https://www.facebook.com/federacaoespiritadoes/










                                      









(Por: Stéphane Figueiredo Ferreira)

segunda-feira, 18 de setembro de 2017


🚨⚠ 01/OUT (domingo) - Grupo de Estudos do Ectoplasma - 2ª aula ⚠🚨
Das 8h30 às 12h30, tema "Consciência Cósmica", c/ o expositor Edilson Susana
Inscrições Gratuitas e Online, aqui: http://www.Ameees.Org.Br/SomosTodosAprendizes
👉 Local: Grupo Espírita Casa do Caminho (Maruípe) ⚠ End: Rua João Azevedo. nº 110, São Cristóvão, Vitória-ES.


quinta-feira, 14 de setembro de 2017



 A caridade

Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos. Toda a eterna felicidade se contém neste preceito: “Amai-vos uns aos outros. ” Não pode a alma elevar-se às altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação. Sede bons, amparai os vossos irmãos, deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á o caminho da felicidade eterna. Ao demais, qual dentre vós ainda não sentiu o coração pulsar de júbilo, de íntima alegria, à narrativa de um ato de bela dedicação, de uma obra verdadeiramente caridosa? Se unicamente buscásseis a volúpia que uma ação boa proporciona, conservar-vos-íeis sempre na senda do progresso espiritual. Não vos faltam os exemplos; rara é apenas a boa-vontade. Notai que a vossa História guarda piedosa lembrança de uma multidão de homens de bem. Eu vos citaria aos milhares aqueles cuja moral não tinha por objetivo senão melhorar o vosso globo.

Não vos disse o Cristo tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus, e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar vos prometer um trabalho sobre a caridade, quando penso que se encontram nesse livro todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes. Homens fortes, armai-vos; homens fracos, fazei da vossa brandura, da vossa fé, as vossas armas. Sede mais persuasivos, mais constantes na propagação da vossa nova doutrina. Apenas encorajamento é o que vos vimos dar; apenas para vos estimularmos o zelo e as virtudes é que Deus permite nos manifestemos a vós outros. Mas, se cada um o quisesse, bastaria a sua própria vontade e a ajuda de Deus; as manifestações espíritas unicamente se produzem para os de olhos fechados e corações indóceis. Há, entre vós, homens que têm a cumprir missões de amor e de caridade: escutai-os, exaltai a sua voz; fazei se resplandeçam seus méritos e sereis, vós próprios, exaltados pelo desinteresse e pela fé viva de que vos penetrarão.

As advertências detalhadas que vos deveriam ser dadas, sobre a necessidade de ampliar o círculo da caridade e nele incluir todos os infelizes, cujas misérias são ignoradas; todas as dores que, em nome dessa doutrina – caridade – se devem buscar em seus redutos para os consolar, seriam muito extensas. Vejo com satisfação que homens eminentes e poderosos auxiliam esse progresso, que deve unir todas as classes humanas: os felizes e os infelizes. Os infelizes – coisa estranha! – Dão-se todos as mãos e se ajudam mutuamente em sua miséria. Por que são os felizes mais morosos em ouvir a voz do infeliz? Por que necessitamos da mão dos poderosos da Terra para impulsionar as missões de caridade? Por que não respondemos com mais ardor a esses apelos? Por que deixamos a miséria, assim como o prazer, macular o quadro da Humanidade?

A caridade é a virtude fundamental sobre que há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem a caridade não há esperar melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem a caridade não há fé, pois, a fé não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma caridosa; é a sua consequência decisiva.

Quando deixardes que vosso coração se abra à súplica do primeiro infeliz que vos estender a mão; quando lhe derdes algo, sem questionar se sua miséria não é fingida ou se seu mal provém de um vício de que deu causa; quando abandonardes toda a justiça nas mãos divinas; quando deixardes o castigo das falsas misérias ao Criador; quando, por fim, praticardes a caridade unicamente pela felicidade que ela proporciona e sem inquirir de sua utilidade, então sereis os filhos amados de Deus e ele vos atrairá a si.

A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora da salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por ele à criatura. Como desprezar essa bondade suprema? Qual o coração, disso ciente, bastante perverso para recalcar em si e expulsar esse sentimento todo divino? Qual o filho bastante mau para se rebelar contra essa doce carícia: a caridade?

Não ouso falar do que fiz, porque também os Espíritos têm o pudor de suas obras; considero, porém, a que iniciei como uma das que mais hão de contribuir para o alívio dos vossos semelhantes. Vejo com frequência os Espíritos a pedirem lhes seja dado, por missão, continuar a minha tarefa. Vejo-os, minhas bondosas e queridas irmãs, no piedoso e divino ministério; vejo-os praticando a virtude que vos recomendo, com todo o júbilo que deriva de uma existência de dedicação e sacrifícios. Imensa dita é a minha, por ver quanto lhes honra o caráter, quão estimada e protegida é a missão que desempenham. Homens de bem, de boa e firme vontade, uni-vos para continuar amplamente a obra de propagação da caridade; no exercício mesmo dessa virtude, encontrareis a vossa recompensa; não há alegria espiritual que ela não proporcione já na vida presente. Sede unidos, amai-vos uns aos outros, segundo os preceitos do Cristo. Assim seja.


Referência: Matéria publicada na Revista Espírita de Kardec em agosto de 1858, mensagem enviada pelo espírito São Vicente de Paulo[1] na Sociedade de Estudos Espíritas, sessão de 8 de junho de 1858.

[1] N. do T.: Essa instrução de São Vicente de Paulo, com algumas modificações que a reduziram, foi inserida por Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Corresponde, na edição definitiva de 1866, ao capítulo XIII, item 12. 

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Plano reencarnatório: O relato de uma mãe


Plano reencarnatório
Os mais evoluídos participam mais ativamente - quando não definem sozinhos seu próprio plano reencarnatório - por terem qualidades e adiantamento moral para tanto. Podem escolher o gênero de suas provas, que lhe possam servir de expiação segundo a natureza das suas faltas para progredir mais rápido. Essa liberdade de escolha dá-se por conta do livre arbítrio, que não é absoluto, pois tudo passa pelo crivo do Criador.

Há também os espíritos medianos, portadores de créditos apreciáveis e de dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e empenho de previsão. O tempo do planejamento varia conforme a necessidade do espírito. Na medida em que alcança mais degraus na escala evolutiva, a consciência da vida espiritual cresce, bem como a possibilidade de mais tempo no plano espiritual antes da próxima reencarnação.

Ainda nessa preparação, o espírito reencarnante entra em sintonia com o espírito materno. Ligações afetivas ou desafetos do passado, presos por vínculos emocionais e/ou energéticos, atraem o espírito para o campo vibratório que lhe afiniza.

Além dessas ligações, há uma assistência para que ocorra gradativamente a ligação fluídica entre o espírito reencarnante e a mãe. Até mesmo a vontade da futura mãe de engravidar tem influência desse processo. Os fluidos do espírito buscam adentrar a matéria, irradiando sobre as células físicas pela sua simples presença. Inicia-se aí o processo reencarnatório, que pode ter vários desdobramentos, além de todo um preparo e auxílio espiritual.

Sobre o desejo de ser mãe e os planos traçados pela espiritualidade
Ser mãe é muito mais do que eu poderia imaginar! Ver uma pessoinha que saiu de mim evoluir, crescer, aprender a cada dia é a sensação mais gratificante que eu poderia experimentar! Porém antes de todo esse sentimento pleno, eu passei por uma tempestade.

Em 2014 engravidei de um menino, o Caio. A gravidez estava perfeita, tirando apenas uma azia que desapareceu aos três meses de gestação. Estávamos felizes e plenos, primeiro filho, primeiro neto, enxoval, quarto, tudo aguardado a chegada do nosso pequeno!
Num dia de ultrassom de rotina, uma semana antes de chegar aos seis meses de gestação, nos veio o choque: Caio havia deixado seu corpo físico em formação. Sem sinal, sem dor, simplesmente nos deixou.

Embora eu fosse frequentadora do centro espírita, membro de grupo mediúnico, foi impossível não deixar os questionamentos e sentimentos ruins virem à tona. Passei por uma verdadeira maratona: tive que ir ao hospital induzir um parto normal. Minha mãe teve a incumbência de cuidar do funeral, já que eu estava internada e meu esposo estava tão em choque que não raciocinava.

O Caio teve tudo: um parto, um enterro, uma certidão, embora natimorto, com seu nome.

Embora toda dor e tudo que passei após o ocorrido, eu senti alívio ao fazer tudo isso. Foi como se aquele espírito precisasse disso tudo. Embora sejam ritos humanos, e o espírito em si não necessite de nada disso, talvez aquele espírito necessitasse. Talvez aquele espírito precisasse vir por um curto período de tempo, se sentir amado, desejado, e ter dignidade ao partir. Ou simplesmente ele pode ter desistido de reencarnar, pode ter achado que não era o momento certo.
Mas no meu coração eu sinto que ele precisava disso, nós precisávamos passar por isso, todos juntos (Caio, nossa família e eu), pois assim determinamos em algum momento.

E apesar de toda dor em ver um sonho ruir, sinto muita gratidão por ele ter me ensinado o significado do verdadeiro amor. Por ter me deixado amá-lo, por ter me deixado ser sua companheira 24 horas por dia. Confesso que demorei um pouco para assimilar tudo e me recompor emocional e espiritualmente, e o alicerce para que eu me reerguesse foi a Doutrina Espírita.

Atualmente
Hoje, dois anos e meio depois, sou mãe do Arthur. A criança mais doce e carinhosa que já conheci! Uma criança muito esperta e com uma missão linda pela frente. Eu sinto quando o olho nos olhos. 

Arthur frequenta o centro desde suas onze semanas de gestação, pois tive um descolamento ovular que me deixou três semanas em repouso. Comecei a receber passe de cura numa casa espírita de minha cidade (a qual tenho a maior gratidão!), e até hoje me é solicitado que eu leve o Arthur, e lá estamos nós, toda sexta-feira ( Arthur hoje tem oito meses).

Arthur coloriu nossos dias sem nos fazer esquecer seu irmão.
Meus filhos me tornaram o que sou hoje: mais forte, mais feliz, mais plena, MÃE!

Agradeço imensamente a eles por me escolherem como sua mãe, e á espiritualidade por ter permitido que eu o fosse.
Ser mãe é a missão mais árdua e gratificante que se pode receber!É a melhor missão!
Ser mãe é trazer o céu para dentro de si e sorrir mesmo em meio a tempestades.
Ser mãe é... DIVINO!

(Por Jaqueline Soares Paterno, da Casa Espírita Alvorada Nova, Bauru/SP)

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017






Caça-palavras



Sabemos que Deus, nosso Pai, nos deixou muitas coisas. Encontre no caça-palavras os nomes dos itens criados por ele, identificados nas figuras abaixo.


Resposta: animais, sol, plantas, frutas.

         Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017

13° Congresso Espírita do ES


Sintomas da Mediunidade

Sintomas da Mediunidade, com Eliomar Borgo Cypriano

"Sintomas da Mediunidade", este foi o tema da palestra do professor e orador Eliomar Borgo Cypriano, de Vitória-ES,na Sociedade Colatinense de Estudos Espíritas.
Eliomar é trabalhador da co-irmã de nossa casa a Sociedade Praiana de Estudos Espíritas de Vitória e da FEEES - Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, em ambas as casas como colaborador do Departamento de Orientação Mediúnica".


sexta-feira, 8 de setembro de 2017




Protestos Verbais


"Mas ele disse com mais veemência: ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também". (Marcos, 14:31).

É indispensável que o aprendiz sincero do evangelho esteja sempre de mãos dadas à vigilância, no capítulo dos protestos verbais de solidariedade. As promessas mirabolantes ficam muito bem às comédias da leviandade, mas, nunca nos que compreendem sinceramente o que seja esforço, trabalho, realização. 
O próprio Cristo não escapou a prova suprema desta natureza. 
Ainda nas vésperas do sacrifício culminante, vemos os discípulos protestarem fidelidade e devotamento. Pedro e os companheiros declaravam-se unidos a ele até o fim, e hipotecavam-lhe amor e dedicação.
Jesus, porém, contava com o pai e consigo mesmo nos testemunhos decisivos. E, apesar dos bens divinos que disseminara entre os aflitos e sofredores, não obstante devotamento a quantos lhe buscavam o socorro sublime,  o Mestre viu-se absolutamente só, desde a prisão à própria cruz.
Receberá muitos votos de admiração, palavras de reconhecimento, declaração de solidariedade, protestos de amor; entretanto, o exemplo final revela muitos ensinamentos aos aprendizes vigilantes. 
O problema da participação nas experiências de alguém nunca se resumirá numa questão de palavras. 
No cenáculo do Senhor, notamos semelhante lição. Judas não pode partilhar a vitória do mestre em Jerusalém, com os demais companheiros não conseguiram partilhar a suposta derrota do calvário. 
Lembra o Cristo, dá o testemunho e segue firme, rumo à realização divina.
Nas ilusões terrestres, não é possível fugir às dificuldades desse teor. No triunfo, lutarás a inveja e o despeito de outrem; no sofrimento, suportarás, muitas vezes, a traição, o esquecimento e o fel dos ingratos. Não desesperes, porém.  É preciso esquecer os fantasmas e permanecer servindo ao senhor.

Livro Trilha de Luz - coleção Luz de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017




quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Suicídio, Prevenção e Espiritismo

O problema existe e tem solução.

No mundo, aproximadamente 804 mil pessoas desistiram da vida em um ano, ou seja, 2.200 por dia, uma morte pelo suicídio a cada 40 segundos[1]!

Para se ter uma ideia da gravidade do problema, só em nosso país, uma pessoa morre a cada 45 minutos em razão do suicídio. Em termos globais o índice de mortalidade de jovens que retiram a própria vida é maior do que o número de mortes em razão da violência urbana[2].
 
Por tal motivo esse fenômeno é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como caso de saúde pública, que pode e deve ser prevenido em até aproximadamente 90% dos casos, pois 9 em cada 10 pessoas que retiram a própria vida possuem alguma patologia de ordem mental, diagnosticável e tratável.

Nesse cenário, entre as principais causas do suicídio encontram-se os transtornos de humor (depressão) e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas (alcoolismo), entre outras.

Sobre a questão recomendamos a leitura do livro do jornalista André Trigueiro “Viver é a melhor opção – a prevenção do suicídio no Brasil e no Mundo”, editora Correio Fraterno, e da cartilha gratuita intitulada “Suicídio uma epidemia silenciosa – prevenção e assistência”, prefaciada pelo mesmo autor[3].

A informação pode salvar vidas.

Alguns temas são difíceis de serem abordados até mesmo no movimento espírita, sendo a morte um deles. Falar de desencarnação gera desconforto, incerteza, medo, o que costuma resultar em um distanciamento natural do assunto.

A morte pelo suicídio está em um patamar mais complexo, pois ainda é um verdadeiro tabu, muitas vezes associada à fraqueza, derrota, gerando “condenação social” do indivíduo que desistiu da vida.

O conhecimento é uma importante ferramenta para salvar vidas, como nos alerta a OMS, tanto em relação aos dados da ciência quanto da Doutrina Espírita.
Quando temos em mãos a informação que o suicídio pode ser evitado na imensa maioria das ocorrências, visto que está associado a transtornos que podem ser diagnosticados e tratados, já foi dado o primeiro passo.

É necessário aprofundar o conhecimento sobre o assunto, educar o olhar sobre nós e o próximo, além de confiar nas intuições e inspirações da espiritualidade, ampliando nossa percepção sobre o comportamento das pessoas do nosso círculo de convivência.

O papel do Espiritismo na Prevenção

O Espiritismo tem papel fundamental para os espíritas na prevenção, conforme conselho contido no Capítulo V, item 14[4], do Evangelho Segundo o Espiritismo, já que a serenidade, adquirida pela maneira de considerar a vida e a confiança no futuro, é o melhor preservativo contra o suicídio.

Para que não tenhamos dúvida que qualquer um está sujeito a ser visitado pelo desespero no momento de dor, trago dois relatos de trabalhadores espíritas respeitados, que abriram sua intimidade e falaram como essa Doutrina Consoladora os salvou de desistir da vida:

“Dou graças a Deus por ser espírita, por saber que não existia morte eu não me matei” (Rossandro Klinjey)[5].

“A Doutrina salvou a vida de muitas pessoas, inclusive a minha. Eu estou aqui conversando com os senhores graças aos livros de Allan Kardec. Não cometi o suicídio por ter conhecido o Livro dos Espíritos” (Nazareno Feitosa)[6].
Com o olhar de espírito imortal para as circunstâncias da nossa atual existência enxergamos além da dor, percebemos a luz do sol que nos aguardar atrás das nuvens de uma “tempestade emocional”.

Adquirimos força para escalar as montanhas de aprendizado que são colocadas em nosso caminho como oportunidade de progresso, de maneira gradativa, adquirindo cada vez mais “fôlego moral” a cada etapa superada.

Aos poucos compreenderemos que essa existência material é um belo presente que imploramos para ganhar de nosso Pai, como crianças na véspera do aniversário. E Deus nos concedeu, com grande amor, esse presente esplendido que é a vida, junto com uma grande responsabilidade, a de auxiliar no progresso da humanidade[7].

Sejamos gratos por esse presente, usufruindo das obras da criação e doando de nós mesmos ao próximo, verdadeiro gesto de amor por nós mesmos e pelo semelhante.   

E quando a dor vier, e pode vir, lembremos de três frases:

“É proibido desistir, respira fundo e continua” (Campanha do CVV – Centro de Valorização da Vida).

“Isso também passa” (Francisco Cândido Xavier).

Vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso.” (Jesus – Mt 11:28[8]).

E se precisar de ajuda, ligue 141 ou acesse o site www.cvv.org.br.





[1] Material elaborado pelo CVV – Centro de Valorização da Vida e relatório da OMS sobre prevenção ao suicídio:http://www.cvv.org.br/downloads/falando_abertamente_sobre_suicidio.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf
[2]Fontes que confirmam tal afirmativa: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd e http://www.cvv.org.br/downloads/falando_abertamente_sobre_suicidio.pdf
[3] Link da editora Correio Fraterno com a cartilha gratuita: http://prevencaodosuicidio.com.br/correio/gaes/
[4] E.S.E.CapV, item 14: A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.
[5] Relato na íntegra de Rossandro klinjey feito durante palestra pública: https://www.youtube.com/watch?v=XoN34EVlAyM
[6] Relato na íntegra de Nazareno Feitosa feito durante palestra pública: https://www.youtube.com/watch?v=hDRer6fRIGI
[7] Nesse sentido é a pergunta nº 167 de O Livro dos Espíritos: 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação? “Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”.
[8] O novo testamento/tradução de Haroldo Dutra Dias. 1 ed. Brasília: FEB,2013.

(Por: Gabriel Valejo)

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017


quarta-feira, 6 de setembro de 2017


Suicídio Moral


Responde Joanna de Ângelis¹ quando interrogada sobre as circunstâncias que provocam o chamado suicídio indireto, também conhecido como suicídio moral ou inconsciente¹:
Defrontas os problemas que se manifestam no teu dia a dia entre a irritação e o desespero, estabelecendo matrizes de aflições que te conduzirão ao auto aniquilamento.
Suicida não é somente aquele que, acionado pelo desconcerto da emotividade se arroja no despenhadeiro da autodestruição física.
Esta melancolia que te busca os painéis da mente, tecendo as malhas da depressão, é sinal de alarme que não podes desconsiderar.
Essa aflição que se agiganta, dominando-te o equipamento nervoso, convidando-te a uma mudança de atitude, que não deves postergar.
Isto que te consome, desaparecendo e ressurgindo em roupagens de configuração nova, é desafio que deves enfrentar com estoicismo, para saíres de desarmonia.
Mil pequenas injunções contra a tua saúde emocional e mental, que deves rechaçar antes que sejas colhido pelo infortúnio da desencarnação injustificável e precipitada.

Acrescentando, Joanna traz que são, igualmente, suicidas os sexólatras inveterados, os viciados deste ou daquele teor, os que ingerem altas cargas de tensão, os que se envenenam com o ódio e se desgastam com as paixões deletérias, os glutões e ociosos ... (do livro Após a Tempestade).

Desse modo, Joanna de Ângelis, sugere-nos análise e reflexão intensas e de extrema importância acerca da nossa postura frente aos desafios da vida, alertando-nos para o fato de que sentimentos de caráter negativo podem colocar em risco a própria existência, já que esses abalos provocados por emoções tóxicas consumidas vão destruindo a estrutura física e psicológica do ser, levando à falência do corpo.

Esse tema também é aprofundado no livro Nosso Lar, psicografado por Chico Xavier, e que se transformou em filme de sucesso, na passagem em que André Luiz demonstra sua indignação ao ser recebido no plano espiritual como suicida, evidenciado no discurso entre ele e o benfeitor Clarêncio:  “O estimado irmão nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, além dos abusos de toda a ordem, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico e por consequência antecipou o seu desencarne, configurando-se como suicídio indireto.

Já Kardec, na obra O Céu e o Inferno, reitera mencionado conceito, colocando-nos que suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. E, adverte-nos expondo no Livro dos Espíritos, questão 952, que é mais culpado aquele que comete suicídio moral, porque tem tempo de refletir sobre tal atitude.

No que concerne às diversas consequências provocadas pelo suicídio, similarmente, também podemos citar passagem do Livro dos Espíritos  -  questão 957 - esclarecendo-nos que não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que provocaram. Mas uma consequência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, depende das circunstâncias. Alguns expiam a sua falta imediatamente, outros em uma nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.

Bálsamo em nossas vidas, nos confortando sempre, vem O Evangelho Segundo o Espiritismo indicar o caminho, trazendo que a calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio.

Complementando, Joanna sugere-nos a paciência, dizendo que: coisa alguma acontece fora das Leis Cósmicas e das necessidades de evolução. Não poucas vezes, quando algo negativo ou perturbador, em forma de desar ou enfermidade chegar-te, afligindo-te, é a Vida chamando-te a atenção para aquilo que necessita ser corrigido e deves averiguá-lo a fim de atender. Preserva o teu corpo, preparando-o para servir-te de domicílio pelo período mais largo, a fim de que, ao desencarnares, não te dês conta que te encontras entre aqueles que chegaram à Pátria espiritual antes da hora, pelo nefando instrumento do suicídio indireto.

¹Trechos do livro Joanna de Ângelis Responde,  psicografia de Divaldo Franco.

(Por: Claudia Costa)

Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 -  Agosto/Setembro 2017


terça-feira, 5 de setembro de 2017

Respeito ao próximo

Deus não nos fez desligados da Humanidade. Somos elos da grande corrente universal e as energias divinas que vão alcançar os outros devem passar por nós, beneficiando-nos e ao nosso próximo. Carecemos dos outros, qual eles de nós na imensa vinha do nosso Pai Celestial. Portanto, o nosso segundo dever é amar o próximo, como nos aconselha o Mestre por intermédio do Seu Evangelho de Luz. E amar é acatar os direitos daqueles que andam conosco no mesmo caminho. Nada fazemos sem a participação dos nossos irmãos. Cada um nos ajuda em algo de que carecemos. Somos devedores da humanidade, como também emprestamos a ela o nosso concurso, e a fraternidade é o caminho mais desejado na área do Bem, ao tratarmos com os nossos companheiros.

As exigências devem ser feitas a nós para com nós mesmos; o apreço, esse deve ser dirigido aos nossos semelhantes.
A imposição é o modo de nos educarmos; a consideração, o ambiente que deve ser feito aos companheiros de labor.
O mando deve ser a disposição na disciplina dos nossos instintos. A cortesia haverá de ser o meio de comunicar mais agradável com os nossos irmãos.
A imposição é o caminho interno quando nos indica o bem, a fraternidade nos faz atrair companheiros para o mesmo convívio.
A crítica encontra campo frutífero quando exercida no nosso mundo interno. E a ponderação cresce e faz crescer a nossa amizade em todos os rumos.
O mal merecedor de comentário é aquele que fazemos; em referência aos outros, o resguardo nos traz confiança de que todos se esforçam para o melhor.

A educação que já tens, aplica-a diante dos outros; a que ainda te falte conquistarás pelo esforço consciente. O nosso mundo interno é uma lavoura grandiosa que poderá dar muitos frutos e flores compatíveis com o nosso comportamento. Trabalhemos nele.
Quando deixamos o nosso sítio íntimo para analisar e falar mal do que não nos pertence, cresce em nós a erva daninha capaz de sufocar o trigo do Bem, que já havíamos plantado. A energia que nos foi dada deve ser usada na autoeducação, estabelecendo assim, no nosso reino, a verdadeira harmonia espiritual, que se refletirá em todos os outros corpos. Mas, com respeito aos outros, a maior cota que poderemos fornecer para os seus corações é o exemplo dignificante, é a vivência no Amor nos caminhos da Caridade.

Se deres a devida importância ao teu próximo, nunca perderás. Receberás, pelos meios que por vezes ignoras, a atenção que te agradará e te fará feliz. respeita os direitos dos outros, que eles, certamente, e por lei, respeitarão os teus; e ainda, a harmonia do Universo compartilhará contigo no Bem que estimas fazer, por necessidade de amar, utilizando o comportamento elevado para ajudar a construir o reino de Deus nos corações, como também o Céu em qualquer lugar em que estiveres.

Confiemos nas forças superiores e também nas nossas, que elas crescerão de acordo com as nossas disposições de melhorar, sem nunca nos esquecermos da deferência para com aqueles que nos seguem, instruindo-nos e aqueles que nos instruem, seguindo-nos. O respeito é luz, porque ajuda a transformar as trevas em claridades imortais.

Fonte: MAIA, J. N. Cirurgia Moral, Psicografado por Espírito Lancellin.
Belo Horizonte, Espírita Cristã Fonte Viva, 1986