VOCÊ REALMENTE ACREDITA NA DOUTRINA DOS ESPÍRITOS?

Muito se tem falado sobre espiritismo na atualidade. Filmes, músicas, novelas. O espiritismo está em toda parte. Muitas pessoas o tem procurado nos diversos livros publicados e vendidos nas sessões de “espiritualidade” das diversas livrarias do país. Os próprios espíritas (praticantes da doutrina espírita) consomem vorazmente todo e qualquer material novo que seja publicado sob a definição de “espírita”. Mas..... será que nós realmente acreditamos na doutrina dos espíritos?

Kardec, em O Livro dos Espíritos, indica três períodos distintos para o desenvolvimento das ideias espíritas, os quais seriam:

“primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das consequências”.

Esses três períodos, na concepção de Kardec, referem-se a uma análise global de como o espiritismo se desenvolveria no mundo, mas em verdade podemos perceber, que esta mesma ordem pode ser vista também na forma como essas ideias se desenvolvem em cada um de nós.

Cada indivíduo que busca o espiritismo o faz, primeiramente, impressionado pelos fenômenos. Procura nas manifestações mediúnicas seja uma forma de resposta para suas dores pessoais, ou seja simplesmente atendimento à sua curiosidade. Muitos que passam a engrossar as fileiras espíritas, mesmo propondo-se a estudar e instruir-se na doutrina, mantêm ainda (às vezes por toda encarnação) um grande apego à fenomenologia em detrimento da aquisição de valores morais. Poucos são aqueles que adentram o “universo” espírita por identificarem-se com sua filosofia, sem grande interesse na fenomenologia.

Racionais, até certo ponto, e filósofos em todos os pontos, a maioria dos espíritas passam a ter respostas para todas as suas perguntas, transformando o espiritismo em elemento propulsor para sua ascensão intelectual, sem a devida atenção para seu desenvolvimento moral.

Racionalmente, dizemos que é importante estudar.... mas moralmente, nos permitimos ficar à mercê do tempo e da dolorosa escola da dor.

Será que realmente acreditamos na doutrina dos espíritos ou ainda estamos presos a suas manifestações exteriores?

(Artigo de Alessandra Mayhé, originalmente publicado no informativo FEJOG em Ação)