domingo, 19 de março de 2017

REFLEXÕES SOBRE O PLANO ESPIRITUAL

(por Gabriel Valejo)

Por qual motivo há semelhanças entre o Planeta Terra e alguns locais existentes no Plano Maior? De que são feitas as casas, rios e praças nas colônias espirituais?
Essas duas perguntas foram feitas por um grande amigo há alguns anos.
Tentei trazer algumas reflexões a partir desses questionamentos.
Partimos da premissa, conforme resposta à primeira pergunta de O Livro dos Espíritos, que Deus é justo e bom, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
A justiça divina está intimamente ligada à reencarnação, como nos esclarece Kardec ao comentar a pergunta nº 171 de O livro dos espíritos:
“A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam”.
Os espíritos nos elucidam que a finalidade da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade, que reflete diretamente na própria evolução dos planetas, ao responderem a pergunta nº 167 de O Livro dos Espíritos:
167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
Nesse contexto, identificamos que existem diversos mundos habitados, pois existem legiões de espíritos em diversos graus de evolução.
Na introdução da pergunta nº 100 de O Livro dos Espíritos é apresentada uma classificação dos diferentes graus de evolução dos espíritos. Como eles nos afirmam tal classificação não possui caráter absoluto, tem efeitos didáticos:
“A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem”.
Pois bem, já identificamos que cada ser passa por várias existências e provavelmente por vários mundos de acordo com o progresso durante a sua caminhada evolutiva.
O planeta Terra está classificado hoje como um mundo de expiação e provas, na escala espiritual dos mundos, já tendo passado pelo patamar de “mundo primitivo”.
A classificação dos mundos encontra-se no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo III, intitulado “Há muitas moradas na casa de meu pai”, conforme trecho a seguir:
“Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos”.
Nesse contexto, se em locais como a Terra há belezas tão estupendas, em regiões mais elevadas no plano espiritual tem de haver coisas muito mais belas e perfeitas.
Pode-se considerar, portanto, que quanto mais próximo ao nível evolutivo espiritual terrestre esteja determinada cidade ou colônia espiritual, mais parecida será com as nossas cidades materiais.

E a segunda pergunta: De que são feitas as árvores, água, casas e etc?                       
Fazendo uma reflexão breve, temos certeza de que todos esses elementos não são constituídos de matéria como conhecemos no plano material.
Supomos que trata-se de um outro nível de composição, de caráter fluídico ou talvez semelhante ao nosso perispírito. Ou seja, para os encarnados é algo fluido, mas para os desencarnados parece mais grosseiro.
Sobre o tema perispírito a pergunta nº 93 de O livro dos Espíritos esclarece:
93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”
Sem dúvida um dois maiores divulgadores da realidade no plano espiritual é André Luiz, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, na série “A Vida no Mundo Espiritual”.
A autoridade moral de Chico Xavier aliada ao embasamento de Justiça Divina, Reencarnação, progresso da Humanidade e pluralidade dos mundos, nos faz acreditar na descrição desse companheiro maravilhoso.
Lembrando que o próprio Jesus disse que “meu reino não é deste mundo” (João 18:36) e que “há muitas moradas na casa de meu Pai” (João, 14:2). Será que o Reino ao qual se refere Jesus será menos belo e equilibrado que a Terra?
Acreditamos que não.
Fica então a dica de leitura da série de André Luiz, “A Vida no Mundo Espiritual”, não para saciar nossa curiosidade, mas para nos fazer refletir sobre a nossa conduta nessa encarnação e nossa relação com o plano maior.

Para saber mais:
http://www.febeditora.com.br/?titulo=serie-andre-luiz
 






4 comentários:

  1. Muito boa reflexão, Gabriel. Muitos de nós (me incluo) são motivados sempre e primeiramente pela curiosidade e não pela preocupação com a responsabilidade. Mas, de alguma forma guiada e prevista pela Criação, esse é o processo que nos levará a trocar uma pela outra e alcançar a reflexão necessária.

    ResponderExcluir
  2. Brilhante exposição.
    Clara, didática e objetiva.
    Parabéns, Dr. Gabriel.
    Que Jesus continue a te iluminar sempre.

    ResponderExcluir
  3. Brilhante exposição.
    Clara, didática e objetiva.
    Parabéns, Dr. Gabriel.
    Que Jesus continue a te iluminar sempre.

    ResponderExcluir