segunda-feira, 6 de março de 2017

SÉRIE ALLAN KARDEC - A DOUTRINA CRESCE


REVUE SPIRITE

A ideia de escrever uma revista espírita surge em 1857 e, assim como em todas as atividades feitas por Kardec, ele pede a orientação dos espíritos. A principal preocupação de Kardec relacionava-se com o tempo disponível que ele tinha para fazê-lo. Neste ponto, a espiritualidade o orienta a perseverar e a não abandonar nenhuma de suas atividades profissionais. Eles o orientam também quanto ao conteúdo da revista, enfatizando a importância de um primeiro número como fundamental para estabelecer seu espaço na sociedade, devendo reunir “o sério ao agradável: o sério para atrair os homens de ciência, o agradável para deleitar o vulgo”¹.

A primeira impressão da Revue Spirite sai em janeiro de 1858 sem ajuda nenhuma de quem quer que fosse. Depois disso, apesar do tempo escasso do codificador, nenhum número deixou de ser publicado.

A Sociedade Espírita de Paris foi fundada em 1º de abril do mesmo ano e segundo o próprio Kardec² por elementos heterogêneos de boa vontade, mas que eram aceitos de forma excessivamente fácil o que teria lhe causado alguns percalços.



SAÚDE DE KARDEC

Os trabalhos na seara do espiritismo aumentam e Kardec passa a ver sua saúde cada vez mais fragilizada. A espiritualidade, no entanto, sempre atenta e presente, orienta Kardec a diminuir o ritmo salientando que sua pressa não servirá ao espiritismo, mas sim somente à ruína de sua própria saúde. A quantidade de correspondência que recebia aumentava também a cada dia e, perfeccionista tal qual era, ansioso por não deixar a ninguém sem resposta, respondia a todas. Os espíritos também o orientam relativo a essas atividades secundárias que desempenhava e afirmam:

“Sei que a tua situação particular te impõe uma imensidade de trabalhos secundários que te consomem a maior parte do tempo. Os pedidos de toda espécie chovem sobre ti e tu te julgas no dever de atendê-los quanto possível. Farei aqui o que não ousarias fazer por ti próprio: dirigindo-me à generalidade dos espíritas, pedir-lhes-ei, no interesse mesmo do Espiritismo, que te evitem toda sobrecarga de trabalho, capaz de consumir instantes que deves consagrar quase exclusivamente à terminação da obra. Se a tua correspondência algo sofrer com isso, em compensação o ensino ganhará. Às vezes, necessário se torna sacrificar as satisfações individuais ao interesse geral. É uma medida urgente que todos os adeptos sinceros saberão compreender e aprovar”³ 

Aquiescendo a tal orientação, Kardec volta a focar na conclusão das obras explicando sua atitude em nota na Revue Spirite.


CODIFICAÇÃO ESPÍRITA

Após o Livro dos Espíritos, foram publicadas por Kardec as seguintes obras que formam hoje o conjunto da codificação espírita:

• O Livro dos Médiuns, 1861;

• O Evangelho segundo o Espiritismo, 1864;

• O Céu e o Inferno, 1865;

• A Gênese, 1868.

O livro Obras Póstumas foi lançado após o desencarne de Kardec e consiste na reunião de apontamentos feitos pelo próprio Kardec em sua caminhada na construção da doutrina e que nos mostra, do ponto de vista do próprio codificador, as dificuldades e as dúvidas que o acometeram ao longo de sua trajetória.





Referências:

¹ Obras Póstumas, p. 356
² Obras Póstumas, p. 359
³ Obras Póstumas, p. 386

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