A humildade, para ele,
funcionaria como escudo em várias ocasiões. Numa delas, ele levou um tombo,
caiu de costas e bateu com a cabeça no chão. Já estava pronto para reclamar,
quando Emmanuel ordenou:
- Agradeça.
- Como?
- Agradeça.
Ainda no chão, Chico
levantou um pouco a voz e acatou:
- Obrigado, muito obrigado.
A voz do amigo invisível
decifrou o enigma:
- Se você se irritasse,
emitiria vibrações quase iguais às deles e eles ficariam com mais força.
O tombo, segundo o amigo
invisível, tinha sido provocado por "espíritos de baixa vibração".
Numa noite, quando já se
preparava para dormir suas três horas de sono, Chico foi surpreendido pela
visita de uma figura diabólica.
- Você me chamou?
A voz era arrepiante. Chico
ia dizer a verdade, quando Emmanuel o aconselhou a trocar o "não" por
um "sim" estratégico.
- Chamei, sim, senhor.
- E o que você quer?
Chico arriscou uma resposta
política:
- É que a vida está tão
difícil que eu queria que o senhor me abençoasse em nome de Deus ou em nome das
forças em que o senhor crê.
O recém-chegado perdeu o
rebolado e insultou:
- É só a gente aparecer que
você cai de joelhos.
Depois sumiu.
As provações se sucediam.
(SOUTO MAIOR, Marcel. As
vidas de Chico Xavier. 2ª Ed. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003. p. 109-110)
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