domingo, 16 de abril de 2017

PÁSCOA: A LIBERTAÇÃO!

(Por Gabriel Valejo)

Você já parou para pensar o que é a Páscoa e o que ela simboliza?

E sobre o significado da Páscoa para os Espíritas?

Vamos pensar juntos sobre essas perguntas e fazer um “voo panorâmico” sobre o assunto.

Há certo consenso de que a Páscoa para os judeus é uma festa que celebra dois momentos importantes: a libertação da escravidão dos egípcios (Êxodo, 12, 13 e 14) e a vida em liberdade, que tem sua culminância com o recebimento dos Dez Mandamentos (Êxodo 20: 1 a 21).

Por outro lado, a Páscoa Católica se refere à ressureição de Jesus [1] após sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20).
Podemos perceber que a Páscoa teve sua origem no judaísmo e, posteriormente, foi absorvida pelo catolicismo, com outra conotação. Mas nos dois casos se revela como uma experiência espiritual, repleta de simbolismo.

Em ambos os contextos, verifica-se que a Páscoa se refere a uma libertação, o primeiro em relação ao domínio de um povo e o outro em relação ao próprio corpo físico.

Para compreendermos melhor essa experiência religiosa dos judeus na celebração da Páscoa, é interessante conhecermos um pouco da relação entre a família judaica e o cordeiro pascal.

Haroldo Dutra Dias nos esclarece muito bem esse aspecto da cultura do judaísmo em relação à páscoa, contando que “na celebração da páscoa judaica eles pegavam o cordeirinho e ficavam com ele dentro de casa. As crianças brincavam com o bichinho, criavam uma relação de afeto com ele. Depois de uma semana o animal era sacrificado. Se alimentar do cordeiro da páscoa precisava ser uma experiência de dor. É a experiência da perda de alguém amado”.

Assista ao vídeo completo, de aproximadamente 10 minutos, para aproveitar de forma integral a explicação sobre o tema feita pelo Haroldo:



O que podemos aprender com essa experiência da Páscoa judaica?

Uma reflexão interessante é a necessidade de encarar a realidade da vida na carne com os olhos do espírito, recordar que nossas relações ultrapassam a vida corporal, por mais que seja doloroso dizer “até logo” a um ente querido que retorna à verdadeira vida antes de nós.

Como os espíritas se relacionam com a Páscoa?

Primeiramente, os espíritas devem respeitar e se esforçar para compreender a experiência e crença de outras denominações religiosas sobre a Páscoa.

Nessa perspectiva, o espírito Emmanuel nos alerta para a importância do fenômeno da ressureição de Jesus no fortalecimento e perpetuação de sua mensagem de amor:

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo na vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraíam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro[2].

Entretanto, os adeptos da Doutrina Espírita celebram a Páscoa todos os dias, através da busca constante pela vivência do Evangelho exemplificado por Jesus, que se traduz na verdadeira libertação da matéria.

Essa é a libertação exemplificada por Paulo de Tarso através do chamado “bom combate”:

“Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim" (Filipenses, 1:30)[3].

Para se aprofundar no estudo do tema, recomendo a leitura do texto veiculado no site da FEB, com o título “O Simbolismo da Páscoa e o Espiritismo” (clique aqui) e do editorial da Revista Espírita Joseph Gleber de Abril “Páscoa: Símbolo de Mudança” (clique aqui):

Ouça também o integrante do NEPE Paulo de Tarso da Associação Espírita Obreiros do Bem - São Carlos/SP, Artur Valadares, falar em breves palavras sobre “A Páscoa na Visão Espírita”:



[1] Sobre o tema e a abordagem espírita, recomendo a leitura do capítulo intitulado “Ressurreição e Reencarnação”, assinado por Saulo César Ribeiro da Silva, no excelente livro Céu & Inferno – Mito ou verdade?,Organização Ivana Raisky, FEEGO, 2015. Site da editora (clique aqui)

[2] Capítulo 176, do Livro Pão Nosso, psicografado por Francisco Cândido Xavier. 

[3] Emmanuel comenta esse versículo no capítulo 178 do Livro Pão Nosso, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Ouça também o “7 minutos com Emmanuel” sobre o mesmo capítulo (clique aqui). 

2 comentários:

  1. "Como os espíritas se relacionam com a Páscoa?" - não só celebrando diariamente, como falado no texto e creio que com o sentido de ser uma renovação diária, mas penso que também e especificamente na época da Páscoa aproveitando as boas emanações energéticas e espirituais que envolvem o globo terrestre.

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  2. Muito boa lembrança Pablo! Obrigado por contribuir :)

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