quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONVERSANDO SOBRE MEDIUNIDADE: INSTRUMENTO DA PAZ

Segundo Allan Kardec, todo aquele que sente em grau qualquer a influência dos espíritos pode ser considerado médium. Pode-se dizer, portanto, que todos nós somos médium.
Utilizada, às vezes, de maneira irresponsável ou inconsequente, a mediunidade é famosa em todo o planeta como a capacidade que certas pessoas possuem para entrar em contato com o mundo espiritual. Mas, colocados de maneira indissociável, médium e Espírito constituem uma díade muitas vezes questionável.
A própria imperfeição, característica inerente do ser encarnado, é suficiente para que se coloquem em dúvida várias comunicações mediúnicas. Porém, se partíssemos deste princípio, fatalmente concluiríamos que todas as comunicações mediúnicas são uma fraude ou, se não, uma tentativa de mistificação por parte do Espírito comunicante.
Deus, ao criar o homem, deu-lhe o dom da mediunidade a fim de que pudesse através dela minorar o sofrimento humano na Terra. A comunicação com os espíritos proporciona ao ser humano encarnado (ou encarcerado) a possibilidade de interagir com seu “habitat” natural, o plano espiritual. Como um filho que ao fazer uma viagem prolongada tem a oportunidade de contactar seus pais e familiares através de cartas, telefonemas ou internet, possibilitando-lhe receber orientações, ajuda e conforto daqueles a quem ama.
A mediunidade, porém, não se presta somente a interesses particulares. Através dela é possível expandir as possibilidades de ajuda ao próximo, promovendo o crescimento espiritual de todos os envolvidos no processo mediúnico.
A comunicação com os espíritos é o ponto concreto da mediunidade, mas não é o ponto principal.
“A missão do médium é o trabalho consciente, é a transformação das qualidades, é o uso dos recursos entregues por Deus, em benefício da coletividade”.*
O espírito Miramez, em seu livro Médiuns, adverte quanto à correspondência direta entre a categoria dos espíritos comunicantes e as faculdades do bem existentes no medianeiro.
“Como é agradável o médium da alegria, como é grandioso o médium da paz! Como é extraordinário o médium da caridade e do amor! Essas e outras faculdades do bem selecionam as entidades para se comunicarem conosco e sublimar a nossa conversa com o mundo espiritual”.*
Viver em um planeta de provas e expiações é consequência de nossas imperfeições, mas a consciência que temos deste fato já deveria ser suficiente para criar em nós um movimento interno revolucionário direcionado à verdadeira mudança de hábitos.
Quando criança, apenas engatinhamos. É somente pela vontade de andar que encaramos o cair-levantar constante dos primeiros passos. Espiritualmente, contudo, ainda somos essa criança, que mal consegue parar-se em pé. Continuamos em meio a sucessivas quedas e tentativas, mas com total consciência de onde queremos chegar.
O médium ao fazer a intercessão com o mundo espiritual triplica sua responsabilidade diante de Deus. É ele o mensageiro de verdades espirituais. De suas bocas, mãos e gestos saem o conforto, a instrução e, muitas vezes, a cura. Depende somente de suas atitudes o seu aprimoramento no trabalho de intercâmbio com a espiritualidade, mantendo-se, em constante contato com as “boas companhias” do além.
Muitas vezes, são atitudes simples que constroem, de peça em peça, dentro de nós o alicerce para a nossa revolução íntima. 
Miramez, mais uma vez nos orienta:
“Quando for ouvir alguém desesperado, não deixar que o desespero o tome. Quando ler alguma página que desfigure o bem, esquecer a influência maléfica, planejar novos trabalhos para a fé, e investir com alegria, aumentando esperanças. No lugar em que estiver, se a intriga começar a dominar, que se coloque em oração com todas as forças da humildade e do amor, restabelecendo o ambiente com a concórdia. Seja ele (o médium), sempre, um verdadeiro instrumento da paz”.*


* Referência: MAIA, João Nunes (pelo espírito Miramez). Médiuns. 5.ed. Fonte Viva: Belo Horizonte, 1989.


Um comentário:

  1. "A mediunidade, porém, não se presta somente a interesses particulares.". Uma observação que deveria ser sempre feita por quem distorce ou contribui para distorcer o "nome" da mediunidade.

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