quinta-feira, 1 de junho de 2017

A Experiência do Espírito Encarnado no Mundo


Viver no mundo sem pertencer a ele. Parece engraçado quando se houve tal afirmação no meio espírita, nos sentimos muitas vezes distanciados de nossa própria realidade. Calma meus irmãos, tudo se explica pela nossa essência espiritual, pela oportunidade misericordiosa que nosso Pai nos proporciona fazendo-nos vivenciar aqui as mais variadas situações visando à reconstrução de nós mesmos no 'planeta escola'.

Jesus em sua exitosa passagem sobre a terra veio ser o divisor de águas, sua missão era mostrar aos homens a bondade e a justiça de DEUS e nos indicar o caminho para a nossa própria salvação. Nos deixou principalmente exemplos! No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17 – sede perfeitos - Kardec nos ensina como viver nesse mundo com um olhar no presente, nas perspectivas que temos aqui.

Sabemos que somos espíritos em uma experiência humana e que nossa missão aqui neste mundo, pela Teoria Evolucionista, é nos transformarmos intimamente em prol do amor ao próximo e da caridade cultivando virtudes e deixando para trás o apego aos bens materiais, só assim meus irmãos, caminharemos firmes para acendermos em nós a chama consoladora do Evangelho em nossos corações. Joanna de Ângelis, na obra Rejubila-te em Deus, quando nos propõe o exercício do desapego e do amor incondicional nos ensina:

“Títulos, posições de destaque, beleza e harmonia somática não são de caráter permanente na estrutura do ser imortal”. Relata ainda a benfeitora que o desapego deve constituir-se proposta essencial para a conquista da harmonia interior. “Exercita-te em possuir sem deixar-te asfixiar pela posse possuidora”.

Reflete então que, o objetivo da vida na Terra é o aperfeiçoamento do espírito. Aquele que assim compreende, eleva-se, dignifica-se, e, se torna livre dos entraves materiais, alcançando a felicidade eterna. Caribel Schutel em sua obra Parábolas e Ensinos de Jesus afirma que,

Todos necessitamos almejar uma vida melhor, usufruindo os bens que a Terra nos oferece. Mas para isso exige-se discernimento, sabedoria. Quem opta por degradantes deslizes, certamente colherá consequências que nos serão cobradas na volta para o mundo espiritual, nossa verdadeira morada e, ainda, em novas reencarnações aqui ou em outros mundos para onde seremos levados pela Lei de Afinidade.

Muito interessante que o tema proposto da Evangelização para as crianças seja em torno desta proposta, afinal, desde a concepção impõe-se para os pais a tarefa benfazeja da criação e educação de seus filhos, espíritos em evolução e que necessitam adquirir a confiança para trilharem seus próprios caminhos, devendo ser preparados para o enfrentamento das provas e expiações que virão com a vocação cristã e com a certeza de que são seres imortais e que sua verdadeira morada é o plano espiritual.

Não há mérito algum em nos isolarmos do mundo sob a alegação de não querermos contagiar-nos pelos vícios e prazeres terrenos. O convite é justamente o oposto, é participar, interagir, vivenciar as experiências terrenas como bálsamo para o crescimento moral, alicerce seguro para que os pequenos de hoje se tornem adultos responsáveis amanhã, irmãos conscientes da tarefa evolutiva que todos nós temos de desenvolver cumprindo assim os desígnios da Providência Divina.

Deve, pois, o homem, aproveitar todas as oportunidades que a vida social proporciona, nas suas mais variadas experiências, na convivência com seus iguais e desiguais, na participação das atividades de interesses gerais, para fazer sua caminhada progressiva.

O importante é que, em tudo que se faça, haja o sentimento do bem, da pureza de intenções, com discernimento e bom-senso, de forma a não melindrar ninguém, sentindo-se alegres e felizes. Mas, que essa alegria venha da consciência do dever cumprido e da certeza de serem todos, herdeiros de Deus.

Parabéns às nossas evangelizadoras pelo trabalho edificante que realizam com nossas crianças solidificando em suas bases a doutrina do Mestre Nazareno, que os Pais cada vez mais participem das atividades propostas e que propiciem aos seus filhos um fortalecimento do “ser” em detrimento do “ter”, formando cidadãos mais conscientes e que viverão neste planeta cultivando o amor ao próximo, a caridade e a humildade sendo verdadeiros semeadores da Boa Nova.

Ser do mundo é fazer parte, é comungar dos ideais, é impregnar-se, possuir-se de uma realidade, é algo imutável. Estar é transitório, passageiro, diz de conviver; quem faz parte hoje, pode amanhã já não fazer mais. Portanto, estamos no mundo, usufruímos de suas riquezas, mas tudo que há nele passa… Deste mundo não somos, somos do mundo novo, onde Deus é tudo em todos. E Jesus já nos disse isso há mais dois mil anos!

Viver no mundo sem ser do mundo, portanto meus irmãos é uma experiência edificante, sublime. Somos, cada um de nós, uma dádiva da criação Divina e nossa passagem por aqui é a chance que tanto buscamos para a nossa própria redenção tendo a certeza que retornaremos mais fortes para a Pátria Espiritual para então continuarmos nossa evolução rumo à eternidade.

Em tempos de mudança como os vividos atualmente, podemos colaborar para a construção de um mundo melhor, tão sonhado pela humanidade, fazendo efetivamente a nossa parte: sendo cristãos! No trabalho incessante do bem, convivendo com as pessoas que nos rodeiam, sejamos as cartas vivas do Evangelho, exemplos de fraternidade sincera, demonstrando que é possível estarmos no mundo sem sermos propriamente daqui, já que a nossa morada verdadeira é o UNIVERSO!
Que a paz do Senhor nos ilumine sempre!

(Por Maximiliano da Cunha Neubauer)

 Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 6 -  Junho/Julho 2017

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