terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

CONVERSANDO SOBRE MEDIUNIDADE




Respondente: André Sobreiro (trabalhador e palestrante da  casa espírita Portal de Luz, Severínia, São Paulo)

Pergunta: Todos aqueles que têm mediunidade ostensiva precisam desenvolver em “mesas” mediúnicas? Há alguma tradição que explique a crença?

 A pergunta nos remete ao conceito do livre-arbítrio, brilhantemente explicado por Allan Kardec (e os Espíritos) em “O Livro dos Espíritos”, livro III, cap. IX, chamado “Lei de Liberdade”.
 Sabemos através dos estudos da citada obra, que nossa liberdade se amplia mediante o nosso amadurecimento. Quanto mais maduro o espírito, menor o risco de queda e maior a liberdade.
 Portanto, neste contexto de liberdade relativa, podemos decidir se abraçamos (ou não) o trabalho mediúnico.

 Porém, não podemos ignorar a necessidade do entendimento quanto aos motivos que nos levarão a tomar essa decisão, já que a liberdade do Espírito imperfeito (“O Livro dos Espíritos”, livro II, cap. I – Escala Espírita) é relativa e limitada. Devemos realmente nos abster de usar as faculdades que trazemos, embora possamos fazê-lo?

 Muitas vezes, o médium nega-se a participar do exercício mediúnico por medo, sentimento que geralmente reflete as falhas cometidas no processo de preparação do medianeiro.
 Se ainda há, no psiquismo do medianeiro, receio exacerbado com relação à obsessão, pressão espiritual, perseguição, ou mesmo quanto à manifestação dos irmãos necessitados, esse medo mostra o pouco entendimento dos princípios fundamentais do Espiritismo, assim como quanto ao papel do médium nas comunicações (“O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, cap. XIX).

 Outra possibilidade seria a gama de crenças que o ser traz em si, pois sabemos que as construções atávicas (passado, outras encarnações) afetam nosso presente. Nossas ações de hoje são pautadas por nossas crenças, valores (morais) e objetivos. Crenças contrárias ao uso da mediunidade, armazenadas no inconsciente do trabalhador, podem obstar o exercício, pelos bloqueios mentais que podem causar.
Sanadas essas questões (medo, crença limitante), o médium poderia “aventurar-se” pelo exercício mediúnico de forma mais segura, sempre acompanhado pelo estudo de “O Livro dos Médiuns”.

Voltando ao livre-arbítrio (e suas limitações), lembremo-nos do apóstolo Paulo, em sua 1ª epístola aos moradores de Corinto, cidade grega. No 10º capítulo, versículo 23, o amigo da Gentilidade nos oferta a famosa recomendação:

 - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.

 A 1ª oração reflete o livre-arbítrio, liberdade ofertada por Deus possibilitando-nos as escolhas dos caminhos a trilhar. Já a 2ª mostra a limitação, a relatividade. Segundo ela, as ações contrárias à lei de Deus “não convém”, pois trarão consequências desagradáveis, desastrosas às vezes.
 Podemos acrescentar a essa reflexão, a belíssima informação (simbólica) trazida por “Ferdinando, Espírito protetor” em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VII:

 - A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se?

 A ferramenta mediúnica indica a necessidade do seu uso no socorro dos irmãos desencarnados sofredores, bem como no intercâmbio natural entre o plano maior e o mundo material.

2 comentários:

  1. Perfeito meu amigo André! Excelente esclarecimento.
    Gratidão

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  2. Veio no momento certo esse estudo! Precisava disso! Gratidão!😊🙏

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