O
problema existe e tem solução.
No
mundo, aproximadamente 804 mil pessoas desistiram da vida em um ano, ou seja,
2.200 por dia, uma morte pelo suicídio a cada 40 segundos[1]!
Para
se ter uma ideia da gravidade do problema, só em nosso país, uma pessoa morre a
cada 45 minutos em razão do suicídio. Em termos globais o índice de mortalidade
de jovens que retiram a própria vida é maior do que o número de mortes em razão
da violência urbana[2].
Por
tal motivo esse fenômeno é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde)
como caso de saúde pública, que pode e deve ser prevenido em até
aproximadamente 90% dos casos, pois 9 em cada 10 pessoas que retiram a própria
vida possuem alguma patologia de ordem mental, diagnosticável e tratável.
Nesse cenário, entre as principais causas do suicídio encontram-se os transtornos de humor (depressão) e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas (alcoolismo), entre outras.
Sobre
a questão recomendamos a leitura do livro do jornalista André Trigueiro “Viver
é a melhor opção – a prevenção do suicídio no Brasil e no Mundo”, editora
Correio Fraterno, e da cartilha gratuita intitulada “Suicídio uma epidemia
silenciosa – prevenção e assistência”, prefaciada pelo mesmo autor[3].
A
informação pode salvar vidas.
Alguns
temas são difíceis de serem abordados até mesmo no movimento espírita, sendo a
morte um deles. Falar de desencarnação gera desconforto, incerteza, medo, o que
costuma resultar em um distanciamento natural do assunto.
A
morte pelo suicídio está em um patamar mais complexo, pois ainda é um
verdadeiro tabu, muitas vezes associada à fraqueza, derrota, gerando
“condenação social” do indivíduo que desistiu da vida.
O
conhecimento é uma importante ferramenta para salvar vidas, como nos alerta a
OMS, tanto em relação aos dados da ciência quanto da Doutrina Espírita.
Quando
temos em mãos a informação que o suicídio pode ser evitado na imensa maioria
das ocorrências, visto que está associado a transtornos que podem ser
diagnosticados e tratados, já foi dado o primeiro passo.
É
necessário aprofundar o conhecimento sobre o assunto, educar o olhar sobre nós
e o próximo, além de confiar nas intuições e inspirações da espiritualidade,
ampliando nossa percepção sobre o comportamento das pessoas do nosso círculo de
convivência.
O
papel do Espiritismo na Prevenção
O
Espiritismo tem papel fundamental para os espíritas na prevenção, conforme
conselho contido no Capítulo V, item 14[4], do Evangelho Segundo o
Espiritismo, já que a serenidade, adquirida pela maneira de considerar a vida e
a confiança no futuro, é o melhor preservativo contra o suicídio.
Para
que não tenhamos dúvida que qualquer um está sujeito a ser visitado pelo desespero
no momento de dor, trago dois relatos de trabalhadores espíritas respeitados,
que abriram sua intimidade e falaram como essa Doutrina Consoladora os salvou
de desistir da vida:
“Dou graças a Deus por ser espírita, por saber que não existia morte eu não me matei” (Rossandro Klinjey)[5].
“A
Doutrina salvou a vida de muitas pessoas, inclusive a minha. Eu estou aqui
conversando com os senhores graças aos livros de Allan Kardec. Não cometi o
suicídio por ter conhecido o Livro dos Espíritos” (Nazareno Feitosa)[6].
Com
o olhar de espírito imortal para as circunstâncias da nossa atual existência
enxergamos além da dor, percebemos a luz do sol que nos aguardar atrás das
nuvens de uma “tempestade emocional”.
Adquirimos
força para escalar as montanhas de aprendizado que são colocadas em nosso
caminho como oportunidade de progresso, de maneira gradativa, adquirindo cada
vez mais “fôlego moral” a cada etapa superada.
Aos
poucos compreenderemos que essa existência material é um belo presente que imploramos
para ganhar de nosso Pai, como crianças na véspera do aniversário. E Deus nos
concedeu, com grande amor, esse presente esplendido que é a vida, junto com uma
grande responsabilidade, a de auxiliar no progresso da humanidade[7].
Sejamos
gratos por esse presente, usufruindo das obras da criação e doando de nós mesmos
ao próximo, verdadeiro gesto de amor por nós mesmos e pelo semelhante.
E
quando a dor vier, e pode vir, lembremos de três frases:
“É
proibido desistir, respira fundo e continua” (Campanha do CVV – Centro de
Valorização da Vida).
“Isso
também passa” (Francisco Cândido Xavier).
“Vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados, e eu vos darei
descanso.” (Jesus – Mt 11:28[8]).
E
se precisar de ajuda, ligue 141 ou acesse o site www.cvv.org.br.
[1] Material elaborado pelo CVV – Centro
de Valorização da Vida e relatório da OMS sobre prevenção ao suicídio:http://www.cvv.org.br/downloads/falando_abertamente_sobre_suicidio.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf
[2]Fontes que confirmam tal afirmativa: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd e
http://www.cvv.org.br/downloads/falando_abertamente_sobre_suicidio.pdf
[3] Link da editora Correio Fraterno com
a cartilha gratuita: http://prevencaodosuicidio.com.br/correio/gaes/
[4] E.S.E.CapV, item 14: A calma e
a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança
no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a
loucura e o suicídio.
[5] Relato na íntegra de Rossandro
klinjey feito durante palestra pública: https://www.youtube.com/watch?v=XoN34EVlAyM
[6] Relato na íntegra de Nazareno
Feitosa feito durante palestra pública: https://www.youtube.com/watch?v=hDRer6fRIGI
[7] Nesse sentido é a pergunta nº 167 de
O Livro dos Espíritos: 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”.
[8] O novo testamento/tradução de
Haroldo Dutra Dias. 1 ed. Brasília: FEB,2013.
(Por: Gabriel Valejo)
Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 - Agosto/Setembro 2017
Revista Joseph Gleber - Ano 1 - Edição 7 - Agosto/Setembro 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário