Suicídio Moral
Responde Joanna de Ângelis¹ quando interrogada sobre as circunstâncias que provocam o chamado suicídio indireto, também conhecido como suicídio moral ou inconsciente¹:
Defrontas os problemas que se manifestam no teu dia
a dia entre a irritação e o desespero, estabelecendo matrizes de aflições que
te conduzirão ao auto aniquilamento.
Suicida não é somente aquele que, acionado pelo
desconcerto da emotividade se arroja no despenhadeiro da autodestruição física.
Esta melancolia que te busca os painéis da mente,
tecendo as malhas da depressão, é sinal de alarme que não podes desconsiderar.
Essa aflição que se agiganta, dominando-te o
equipamento nervoso, convidando-te a uma mudança de atitude, que não deves
postergar.
Isto que te consome, desaparecendo e ressurgindo em
roupagens de configuração nova, é desafio que deves enfrentar com estoicismo,
para saíres de desarmonia.
Mil pequenas injunções contra a tua saúde emocional
e mental, que deves rechaçar antes que sejas colhido pelo infortúnio da
desencarnação injustificável e precipitada.
Acrescentando, Joanna traz que são, igualmente, suicidas os sexólatras
inveterados, os viciados deste ou daquele teor, os que ingerem altas cargas de
tensão, os que se envenenam com o ódio e se desgastam com as paixões
deletérias, os glutões e ociosos ... (do livro Após a Tempestade).
Desse modo, Joanna de Ângelis, sugere-nos análise e
reflexão intensas e de extrema importância acerca da nossa postura frente aos
desafios da vida, alertando-nos para o fato de que sentimentos de caráter
negativo podem colocar em risco a própria existência, já que esses abalos
provocados por emoções tóxicas consumidas vão destruindo a estrutura física e
psicológica do ser, levando à falência do corpo.
Esse tema também é aprofundado no livro Nosso Lar, psicografado por Chico Xavier, e que se transformou em filme de sucesso, na passagem em que André Luiz demonstra sua indignação ao ser recebido no plano espiritual como suicida, evidenciado no discurso entre ele e o benfeitor Clarêncio: “O estimado irmão nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, além dos abusos de toda a ordem, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico e por consequência antecipou o seu desencarne, configurando-se como suicídio indireto.
Já Kardec, na obra O Céu e o Inferno, reitera
mencionado conceito, colocando-nos que suicídio não consiste somente no ato
voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça
conscientemente para apressar a extinção das forças vitais. E, adverte-nos
expondo no Livro dos Espíritos, questão 952, que é mais culpado aquele que
comete suicídio moral, porque tem tempo de refletir sobre tal atitude.
No que concerne às diversas consequências
provocadas pelo suicídio, similarmente, também podemos citar passagem do Livro
dos Espíritos - questão 957 - esclarecendo-nos que não há
penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que
provocaram. Mas uma consequência à qual o suicida não pode fugir é o
desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, depende das
circunstâncias. Alguns expiam a sua falta imediatamente, outros em uma nova
existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.
Bálsamo em nossas vidas, nos confortando sempre,
vem O Evangelho Segundo o Espiritismo indicar o caminho, trazendo que a calma e
a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro,
dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do
suicídio.
Complementando,
Joanna sugere-nos a paciência, dizendo que: coisa alguma acontece fora
das Leis Cósmicas e das necessidades de evolução. Não poucas vezes, quando algo
negativo ou perturbador, em forma de desar ou enfermidade chegar-te,
afligindo-te, é a Vida chamando-te a atenção para aquilo que necessita ser
corrigido e deves averiguá-lo a fim de atender. Preserva o teu corpo,
preparando-o para servir-te de domicílio pelo período mais largo, a fim de que,
ao desencarnares, não te dês conta que te encontras entre aqueles que chegaram
à Pátria espiritual antes da hora, pelo nefando instrumento do suicídio
indireto.
¹Trechos do livro Joanna de
Ângelis Responde, psicografia de Divaldo Franco.
(Por: Claudia Costa)
Revista Joseph Gleber - Ano 1 -
Edição 7 - Agosto/Setembro 2017
Boas reflexões acerca do suicídio moral (indireto). Obrigado Claudia pela contribuição e oportunidade de repensarmos nosso cotidiano!
ResponderExcluirGabriel Valejo
Muito bom! Obrigada Cláudia!!
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